Falência

Que destino devemos dar aos vestígios do nosso passado? Devemos recordar ou, pelo contrário, esquecer o que nos aconteceu? E se, em alternativa, optássemos por reconfigurar a memória de acordo com os nossos desejos? Eis algumas das questões que atravessam o pensamento da narradora de Falência, pontuado por intensos conflitos com as pessoas mais próximas — uns mais em surdina do que outros —, mas também pela sua complexa e paradoxal relação com a música.

Ao longo de um monólogo amplamente ritmado, a protagonista do novo romance de João Paulo Sousa interroga a sua posição no mundo, questionando as ligações familiares, as relações eróticas, a vontade artística e, sobretudo, o lugar a atribuir ao que se apaga no tempo.